Nos últimos seis meses, 95% da população percebeu a alta da inflação. É o que aponta a pesquisa Comportamento e economia no pós-pandemia, encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) ao Instituto FSB Pesquisa.
Foram entrevistadas 2.015 pessoas, entre 1º e 5 de abril. A margem de erro é de dois pontos percentuais. A diferença é de 22 pontos percentuais acima do registrado em novembro de 2021, quando 73% afirmaram ter percebido aumento de preços.
“A guerra travada na Ucrânia trouxe mais incertezas para a economia global, o que impulsiona a inflação e desperta o temor de retrocesso da economia em todo o mundo. Diante dessa conjuntura tão difícil quanto indesejada, o Brasil precisa adotar as medidas corretas para incentivar o crescimento econômico, a geração de empregos e o aumento da renda da população. A principal delas é a reforma tributária. Não temos como fugir disso”, afirmou o presidente da CNI, Robson Andrade.
Para 87% dos entrevistados, os preços aumentaram muito nos últimos seis meses. Para 8%, a inflação subiu um pouco. E para apenas 1%, os preços diminuíram um pouco. As regiões que registraram maior percepção do aumento dos preços foram Norte/Centro-Oeste (86%), seguida do Nordeste (93%), Sudeste (87%) e Sul (76%). Ainda entre as mais afetadas estão pessoas sem escolaridade (90%) ou apenas com ensino fundamental (86%).
Entre os entrevistados, as contas que mais subiram foram as de energia elétrica, gasto com gás de cozinha, arroz e feijão, conta de água, combustíveis, além de frutas, verduras, legumes e carne vermelha.
Outro dado revelado pela pesquisa é que 66% dos ouvidos acreditam que a inflação vai aumentar nos próximos seis meses. Na pesquisa anterior, de novembro de 2021, esse percentual era de 54%. Nesse item, há uma grande diferença entre regiões e renda: 71% de quem tem renda entre um e dois salários mínimos acreditam que os preços vão aumentar. Esse percentual é de 55% na população com renda acima de cinco salários mínimos. No Sudeste, essa percepção alcança 67% dos moradores. No Sul, são 59%.
Redução de gastos
Nos últimos seis meses, os brasileiros começaram a reduzir gastos com comida, combustíveis e bens duráveis. De acordo com a pesquisa, 64% da população afirmou ter reduzido gastos nos últimos seis meses. Esse percentual é alto, principalmente quando se considera que, em novembro, 74% já tinham diminuído suas despesas. Entre os que reduziram os gastos, 49% afirmaram terem feito cortes grandes ou muito grandes.
Enquanto o orçamento foi ocupado com gastos crescentes e inevitáveis ? como conta de luz, gás de cozinha, cesta básica e remédios ?, 34% dizem ter deixado de comprar material de construção; 29% cancelaram TV por assinatura; 12% cortaram a conta de celular; 24% deixaram de fazer refeições fora de casa; 23% deixaram de comprar eletrodomésticos; 15% deixaram de consumir combustível e 16% reduziram esse gasto; 15% deixaram de comprar roupas e sapatos e 14% afirmam não usar mais transporte público.
Além disso, 31% reduziram o consumo de carne vermelha, 27% o de roupas de calçados, 25% de refeições fora de casa e 19% de conta de celular e 19% reduziram frutas e verduras na alimentação.
Por: SBT News
